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Capítulo 6: Ela! Aos Pés de Snape!

"Verdade e Confiança... Eu só Precisava Disso! Mas Descobri que Compreensão é para os Fracos e Solidão, para os Fortes!"
"E Eu Sou Forte!"
Snape decidira que por mais falta que sentisse dela, não iria procura-la outra vez. Ele não fizera nada para que ela sumisse de novo. Nada! Nada! Não falara com Dumbledore como prometido, não questionara de onde vinha a magia que a protegia o tempo todo, não insistira mais em saber o que ela havia feito de tão ruim a ponto de afastarem-na de Hogwarts! Ele não tinha feito absolutamente nada que a contrariasse, por isso... não iria a sua procura.... Não! Não iria... apesar do desejo quase incontrolável de sair por aí vasculhando cada pedacinho de dentro e de fora de Hogwarts.
Mas Snape logo percebeu que isso não seria necessário ao ouvir baterem em sua porta. "Ela!", pensou ao mesmo tempo em que sentia o coração disparar. "Só pode ser ela!".
Com um movimento de varinha, abriu a porta sem mesmo sair da frente de sua escrivaninha onde estava analisando o material para a aula do dia seguinte. A porta se abriu e por ela Gillian entrou com os olhos no chão.
— Onde você esteve? — foi a primeira coisa que Snape perguntou, mas sem exaltar a voz. Estava satisfeito por ela estar de volta.
— Eu não posso mais ficar, Severus. — ela disse ainda sem tirar os olhos do chão.
Snape levantou-se da cadeira onde estava num salto.
— O quê? — indagou se aproximando mais dela e levantando sua cabeça com uma mão para que Gillian olhasse diretamente para ele, em seus olhos — O que foi que você disse, Gillian?
— Eu preciso muito que você me perdoe, Severus! Por tudo o que eu fiz.
"Por tudo o que ela fez.".
De novo a frase acusadora. Estaria ela disposta agora a confessar o que fizera? E se sim, o que a teria feito mudar de idéia assim de forma tão repentina?
— Afinal, o que você fez, menina? Me diga logo de uma vez e acabemos com esse mistério! — Snape pediu ainda segurando o rosto dela com a palma de uma mão.
— Eu... matei... — ela disse, desviando o olhar do dele, aparentando uma terrível vergonha — matei uma pessoa...
— Você fez o quê?! — Snape vociferou perplexo.
Os olhos de Gillian encheram-se de água e ela afastou-se abruptamente de Snape.
— Eu preciso ir embora!
Mas Snape foi ágil o suficiente desta vez para segura-la firme pelo braço antes que sumisse dali num piscar de olhos como costumava fazer. O que estava acontecendo? Que outra loucura era aquela agora?
— Começou, termine! — ele falou, voltando à sua aparência dura de sempre enquanto prendia violentamente os olhos dela nos seus.
— A idéia... — Gillian fechou os olhos por não conseguir enfrentar aqueles dois negros abismos à sua frente, consumindo-a em furor; as lágrimas, contudo, escorriam mesmo deles fechados — era vir até aqui e pedir-lhe perdão por ter... — as palavras saiam fracas, provavelmente não pelo choro, mas pela dor que ela parecia sentir — por ter cometido esse crime por você, mas... — sorriu, porém Snape sentira que era um sorriso de tristeza; poderia alguém sorrir de tristeza? — mas eu não pude deixar de ama-lo outra vez. Fraca! — e neste momento ela quase gritou comprimindo os olhos com força — Fraca! Como sempre fraca quando se trata de você, Severus Snape!
Snape então sentiu-se mais uma vez arrastado àquele ponto em que ele não estava entendendo nada e odiou sentir-se novamente naquela situação.
— Me explique de uma forma que eu possa entender. — Snape apenas sussurrou; estava atordoado demais para falar mais alto.
Percebendo, porém, que Gillian nada falaria por enquanto, pois toda e qualquer palavra naquele momento seria inevitavelmente sufocada pelas lágrimas, Snape a guiou até a cadeira em que estava há pouco e a sentou lá. Gillian agora cobrira o rosto com as mãos intensificando ainda mais o choro. Ele bem que gostaria de dizer que estava tudo bem, mas a verdade era que ele não fazia idéia se estava ou não. Estava perdido naquele mar de confusões. Confusões de idéias e de... sentimentos!
Snape permaneceu de pé à frente dela e esperou pacientemente até que ela se acalmasse.
— Você não faz idéia... — os olhos de Gillian estavam perdidos num ponto qualquer do espaço agora que se acalmara um pouco, mas as lágrimas ainda estavam lá, escorrendo mais lentamente pelas laterais — de como eu sofri e sofro por tudo isso, mas infelizmente não me cabe explicar essa terrível situação, Severus. Eu só precisava de um perdão, um perdão por ter cometido um erro fatal. Eu só devia vir até aqui e cair de joelhos aos seus pés, implorando que você me perdoasse. Eu tirei a vida de alguém alegando ter sido por sua causa e preciso ser perdoada por isso... por você... — nesse instante Gillian caiu literalmente aos pés de Snape encostando a testa sobre eles; os olhos voltando a inundar-se; o choro misturado com as palavras entrecortadas — Ao invés disso, eu... eu deixei meus sentimentos me dominarem. Outra vez eu fiz isso!
— Não basta, senhorita Ridley. — e Gillian sentiu o mundo girar ao seu redor com a mudança de tratamento. Snape falara friamente sem demonstrar qualquer sentimento, mesmo que de pena, em sua voz. Mal olhava agora para a garota postada aos seus pés; era como se a fosse enxotar de lá a qualquer instante com um chute.
— Não há mais nada que eu possa dizer, só que... só que preciso que me perdoe para que eu vá embora. Só diga que me perdoa e prometo que o deixarei em paz! Eu prometo, Severus! — disse ainda entre soluços.
— Não! — Snape respondeu ainda com mais rispidez e psicologicamete atordoado com a frase "prometo que o deixarei em paz". Paz? Deixar em paz? Não! Na mente de Snape as palavras "deixar" e "paz" não combinavam de modo algum — Se não vai me contar do que realmente se trata tudo isso, eu não vou perdoa-la... Não vou perdoa-la de maneira alguma!
Gillian voltou a fechar os olhos, apertando-os com muita força, como se estivesse fazendo um grande esforço para suportar uma forte dor. As palavras de Snape pareciam machuca-la.... E machucavam! Em todos os sentidos imagináveis e inimagináveis da dor.
— Se algum dia teve realmente aulas de poções comigo deve saber que existe uma poção chamada Veritaserum. — disse ele com o olhar parado.
Gillian sabia para que servia aquela poção, era a poção da verdade. Quem a ingerisse só falaria a verdade. Ainda aos pés de Snape, ela ergueu a cabeça e dirigiu-lhe um olhar. Snape também a olhou e estremeceu ao ver aqueles olhos sempre tão brilhantes em puro desespero agora.
— Vá em frente... — ela murmurou fracamente como se por algum motivo suas forças estivessem se esgotando.
Snape, entretanto, tinha a segura sensação de que isso também não iria funcionar com ela e no fundo, não queria fazer isso de forma alguma. Queria sim saber do que afinal Gillian estava falando todo esse tempo, queria que ela confiasse nele. Não sabia... sinceramente não sabia se conseguia acreditar em tudo o que ouvira. Como? Como Gillian poderia ter tirado a vida de alguém? Nada, desde o início, fizera sentido! Nada fizera sentido!
— Nada faz sentidoooooo! — ele gritou ofegante — Escutou, senhorita Ridley! Na--da! Nada faz sentidooooo! — e gritou de novo apertando os punhos com força até sentir as unhas enterrarem-se na palma de suas mãos.
Gillian mais uma vez apertou os olhos em sinal de dor e mais lágrimas escorreram dali.
— Mudei de idéia quanto à Veritaserum! — Snape falou, voltando a controlar o tom de sua voz que se tornou solene e impessoal. Rispidamente afastou-se dela, livrando-se de sua presença aos seus pés e deu a volta nos calcanhares ficando de costas para Gillian — Se o que pretende é deixar-me em paz como disse então... o faça agora. — um breve silêncio — Vá embora daqui!
Nenhum movimento. Aparentemente ela não levantara-se lá do chão de onde estava para se retirar dali como ele ordenara.
— Pelas chamas do inferno! Já falei para ir embora! — ele berrou voltando a olhar na direção onde a deixara jogada para encontrar o local totalmente vazio.
Snape olhou para os lados apenas com o movimento dos olhos. "Sozinho!", ele pensou ao constatar sua situação. "Como sempre! Como sempre...", completou.

---

O dia começava a amanhecer.
Snape permanecera sentado de frente para sua escrivaninha durante toda a noite. Seus olhos, contudo, não voltaram a se fechar. Estavam abertos e até mesmo quase nem piscavam presos num determinado ponto que ele nem sabia qual exatamente, assim também como seus pensamentos! Presos! Presos! Presos! Não conseguia libertar os pensamentos! Eles estavam presos.... a ela! Aos olhos dela! Às palavras dela!
Mas Snape sabia o que tinha que fazer. Sabia que era a hora de esclarecer tudo de uma vez por todas. Enfim, ele saberia quem era Gillian Ridley.
*********
— Gillian White Ridley! — o professor de poções praticamente gritou o tal nome ao entrar na sala do diretor Dumbledore — Quem é essa garota?
— Bom dia para você também, Severus. — e Dumbledore sorriu.
— Bom dia, diretor! — Snape o cumprimentou com um leve baixar de olhos percebendo que não fizera a melhor de suas entradas.
— De quem você estava falando mesmo?
— Preciso saber quem é Gillian Ridley.
Dumbledore o olhou seriamente.
— Eu já o espero com essa pergunta há mais ou menos uns dez ou onze dias, Severus. Mas algo deve tê-lo impedido de ter vindo antes, não é mesmo?
Snape desviou o olhar para o lado. Então Dumbledore sabia do retorno daquela aluna à Hogwarts. Um certo sentimento de vergonha acabava de lhe dominar a mente após ouvir tais palavras. Merlin! Será que ele também já sabia de tudo o que ocorrera? O que esse homem não sabia afinal de contas?
— Senhor, eu gostaria de informa-lo que esta aluna não está oficialmente reagrupada à sua casa Grifinória e que por achar que não é do conhecimento dos coordenadores desta Escola o seu retorno, passa as noites a esmo, na maioria das vezes pelos arredores de Hogwarts.
— É, eu sei, Severus. Eu sei.
— E o que faremos? — Snape fez a pergunta dando a entender que não apoiava a calma de Dumbledore ao admitir já saber de toda essa situação.
Dumbledore ficou sério. Passara agora a observar calado o professor de poções a sua frente como se o estivesse avaliando a fundo. Snape, por sua vez, sempre tinha essa sensação quando os olhos de Dumbledore caiam sobre si, que estava sendo profundamente avaliado.
— A propósito, senhor, o que a senhorita Ridley fez de tão grave para ser afastada de Hogwarts?
— Você não lembra mesmo, não é verdade, Severus?
— Não. — Snape admitiu, intimamente contrariado por ter deixado passar algo provavelmente tão sério a ponto de afastar uma aluna daquela Escola.
— Eu pediria que você se mantivesse calmo, está bem?
Que raios de pedido era aquele? Snape não entendeu o porquê de Dumbledore lhe pedir tal coisa. Claro que ele sempre se manteria calmo, fosse qual fosse a situação. E com certeza ali não haveria qualquer razão para perder a calma. A garota garantira ter tirado a vida de alguém, coisa que ele não chegara mesmo a acreditar, mas como já ouvira tanto ela falar isso na noite anterior, não mais perderia a calma se realmente fosse verdade. Estava mesmo preparado para ouvir que Gillian Ridley tirara de fato a vida de alguém.
— Eu estou bem. — Snape limitou-se a responder.
— Acho que seria prudente você sentar-se. — Dumbledore apontou-lhe uma cadeira.
Tanto mistério! Snape já estava ficando quase tão irritado com Dumbledore quanto ficara com Gillian.
— Eu estou bem de pé, senhor, não se preocupe.

Continua...

Postado por Anônimo sábado, 13 de novembro de 2010

2 comentários

  1. H Says:
  2. cade a continuação?

     
  3. Zinza Says:
  4. Oláá ... tem continuação? A história é muito boa. O Snape é o melhor personagem da saga. Realmente estou curiosa pra saber o final dessa sua história.

     

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